Páginas de Literatura Corporal

29.1.03


THERE WERE MORE THINGS


Calçou as luvas lentamente, na neblina. Caminhava com os pensamentos, a passos vagarosos e largos, como um autômato preguiçoso. O frio e a umidade das três horas invadiam-lhe as pálpebras, imprimindo aquela sensação angustiante de uma ácida secura. Retirou do bolso interno da sobrecasaca um pequeno e achatado frasco metálico com fino acabamento em couro e prata do qual, havendo desatarrachado a delicada e brilhante tampa com um gesto brusco e afetado, sorveu dois goles miúdos mas vigorosos, como beijos tomados à força.

Pôs-se finalmente em movimento, deixando que uma passada se sucedesse à outra num letárgico moto perpetuo, compassado e vazio. Piscava aos poucos, sem qualquer pressa, como que a brincar com cortinados de cobre. O pesado sino do convento no cume da ladeira tortuosa dobrava sua melancólica monodia chamando os monges para a liturgia de Matinas, e ele esboçou um movimento nos lábios lembrando o cacoete dominical dos responsórios em latim que nunca entendera. ...'Filho de um avarento general das cavalariças no auge de sua decadência e uma rainha louca, velha e ciumenta – ', costumava dizer, 'o Estado Imperial Britânico...', pausava, '...e a Santa Igreja Apostólica e Católica Romana'. Et unam sanctam catholicam et apostolicam ecclesiam: o bronze do dogma reboava a onipotência dos simulacros em suas memórias.

Estancou a arrastada marcha, como que a tentar conter a hemorragia de demônios que dançavam em jorro sob suas têmporas. Sentiu uma brisa gélida que, invadindo as frestas da gola, acariciava-lhe morbidamente a nuca e, quase que num reflexo nervoso, levou novamente a mão ao bolso interno. Subitamente, travou a respiração e segurou o movimento, pondo-se a olhar devagar o frasco trabalhado entre os dedos, expelindo aos poucos o ar represado. Eram, na verdade, dois tipos nobres de couro bastante próximos, no entanto de duas texturas bastante distintas a um olhar um pouco mais educado em tais apreciações: as quadriculações minúsculas que ligavam os inúmeros poros em caóticos mosaicos monocromáticos eram onde, pela profundidade dos sulcos ou suavidade das linhas, assinalava-se as diferenças de origem, idade e até mesmo tipo de criação. O aroma do couro tratado mesclava-se ao odor forte da bebida e a restos de perfume que a roupa ainda guardava. Lembrou-se de Lygia. Levantou ligeiramente os olhos e quis espremê-los numa lágrima improvável, numa única e miserável gota salgada e morna de, quem sabe, dois pences. Já não chorava mais desde menino, e realmente não conseguia crer serem tantos os momentos que o justificassem; um homem deveria dar o lugar de suas nostalgias a convicções. Noite de St. Valentin, caminhava sozinho e ria-se do que há de patético nos amores alheios. Ria de um riso amargo, preso nas mandíbulas como em um javali enforcado e esquecido à beira do caminho por ser já velho, quem sabe um pouco doente, e não compensar o esforço da carregadura.

A velha ponte de King’s Road... Sempre com aquele ar enevoado, mesmo nos dias de sol pleno, graças aos escultóricos rendados góticos que lhe valiam as atenções de todos os passantes, mesmo aqueles que cresceram à sua sombra...

Parou novamente, dessa vez com calma, e sacudiu de leve as pontas dos pés, olhando a poeira cascalha cair aos poucos dos vãos miúdos dos recortes do bico do sapato, indo parar no delicado friso da entresola ou esfarelando devagar no chão da calçada centenária. Ouviu um apito rouco e triste lamentar-se longe, provavelmente um daqueles pesados rebocadores voltando para as docas, impregnado pelo denso ar marítimo. Mesmo à distância, sentia-se às vezes ainda inspirando desse mesmo e salgado ar, que entrava com esforço pelos pulmões cansados, carregando consigo o mar inteiro, e todo o seu tédio, e toda a sua saudade...

Logo começaria a clarear, e então já não mais...


:: por O Demônio Amoroso ::

26.1.03


“KAYA”
por Paulo Castro .

A leitura de poemas estava voltando à moda . Meu desejo de ganhar dinheiro nunca saiu da moda . Em avião vazio você pode fumar e beliscar a bunda das aeromoças . Quando eu comecei era assim . Não continuava diferente , somando-se a hipocrisia e algum risco , apenas jurídico . Me contentei com um cigarro . Não me contentei com a revista de bordo . Ilhas Astúrias . BMW . Sapato de crepe . O fim do Rolex na era digital . Dobrei de volta , enfiei no saco de vômito , puxei a cordinha . Gesto extramemente conceitual , que demonstrava a rebeldia do poeta diante do mundo . Dois goles dentro do copinho descartável e um lexotan 6 mg , o avião mergulhava de ponta cabeça nas nuvens brilhosas . Fechei os olhos e tentei decorar novamente o que deveria estar certeiro na minha frente , no momento da leitura . Não os versos . Esses você pode inventar na hora , quanto pior for , mais a classe universitária te acha um monte de coisas bacanas dentro de um estilo de mediocridade a ser seguido . Os professores de poesia clássica ficavam como zumbis . Eles não tinham uma coluna semanal no jornal . Eles não treinavam na frente do espelho . Ninguém reconheceria seus nomes . Não davam entrevistas . Trepavam com tristes professoras da engenharia mecânica nas festas de confraternização , bolinho de bacalhau e obesidade . Não os versos , mas aquele rosto que eu roubara da internet , cinco fotos , passar em detalhes o formato dos olhos , a angulação dos ombros , a curva das unhas vermelhas . Compridos fios ruivos , abundantes , lisos para jogar em atitude . E os lábios , aqueles lábios .
- Você aceita o convite para a leitura ? Os alunos te adoram .
( lábios rindo )
( lábios assoprando displicentemente fumaça )
( lábios escondidos pelas mãos perfeitas )
( lábios chupando uma colher de sobremesa até o talo )
( apenas lábios passivos , beirando a puerilidade .)
- Que turmas estarão presentes ?
( transformando aquelas imagens em informações via programas de busca )
- Literatura . Cênicas . Humanas em geral .
- Propaganda ?
- Podemos convidar .
- Façam isso e eu vou .
( ...é a alma do negócio .)
- Vai ler poemas de qual livro ?
- Inéditos . Pode ser ?
- Melhor impossível .
- ...
- ...
- Desculpe , mas por que o interesse pelo pessoal da propaganda ?
- Novos tempos .
- Não entendi .
- Tudo bem , pra mim .
Eu jogava , ampliadas , as fotos no azul . Sem dúvida alguma ela era um mito , um fetiche . Não sabia se ela sabia disso . Com mais 6 mg e martini e pude ouvir Brian Kelly cantando “She is Dancing.” . He is dreaming . Dormi e acordei no aeroporto com a guitarra soando dentro do bolso da camisa . Apertei os olhos e a mão da aeromoça no meu joelho .
- Senhor ?
- Fica fria . Não é com você .
- Boa estadia .
- É .

Tudo muito chato . O frigobar . Os amendoins . Do not disturb . O telefonema confirmando se eu cheguei bem . Se estava bem instalado . Que o quadro na cabeceira era um Basquiat original . Merda original . O telefonema conformando que a leitura seria às 20:30 , mas que eu deveria chegar atrasado meia hora , para “esquentar os corações .” . Tirei o fone do gancho . A mesa e a cadeira não combinavam com o restante da decoração do quarto . Nada combinava entre si , talvez essa fosse a idéia . Nos papéis de carta , em letras rebuscadas exageradamente , “Hotel Rio Grande” . O mesmo logotipo na caneta metida à dourada . Tentei :
1) “ Cinta-liga , Vestido Xadrez . Fantasmas pedintes invadem o seu armário ...”
2) “ Você saiu de uma tela em combustão saudosista . Você saiu de um baile de formatura . Você saiu úmida do banco de trás de um ...”
3) “ Agora estamos frente a frente . Logo estarei dentro de você . No ouvido , te contando um segredo de Deus...”
4) “Com quem você anda ? Quem sonha em homicídio por sua causa ? Quem manda que você não me chame ? O canivete estala e...”
5) “ Hallelujah , hallelujah : língua entre sua pernas , dobradas sobre minhas costas ...”
Uma tentativa pior que outra . Claro que o povinho iria aplaudir . Não tinha vindo para isso . Não tinha saquinho de vômito para jogar tudo dentro . Joguei na privada , mijei em cima deixei a mistura lá , que entupisse a porra do encanamento . Eu tinha vindo para que ?
< pela obsessão inata de encontrar a mulher mito , a mulher fetiche , de força-la a sair dos dois planos da foto , da tela , da letra , com dupla intenção , me convencer que essa mulher não existe fora da ficção , ou me perder caso ela fosse real , então , “a alma do negócio ” , feita força de atração sexual , libido cinematográfica palpável , amém de joelhos , para sempre entornando beijos , do umbigo até a estrada de pêlos . >
Eu tinha , digo , vindo para ler poemas e ganhar dinheiro .
Mas eu guardava um nome no bolso na camisa : KAYA .
Para a merda com o papo furado . Fui até a mistura “poemas iniciados” + “mijo” e acrescentei algo mais . Work in progress .
O nome dela era KAYA . O nome do rosto dela . O nome do pé dela . O nome do lábio dela enfiado à força na pele , era KAYA . Saia curta , cinta-liga , década de 50 , som dos 70 , ingenuidade trabalhada dos 90 .
Missa Negra em metro e pouco de mulher . Cento e dezoito fios de cabelo ruivo tampando um dos olhos , o mais esperto : a boca da espingarda escondida no meio do mato . Eu vim para ser vitimizado .
Recoloquei o telefone no gancho . “Me liguem com o professor tal e etc da Silva .” . A telefonista disse que eu esperasse alguns minutos . Não passaram trinta segundos . Trinou :
- Grande poeta !
- Acho que sou eu .
- Manda lá .
- Sabe . Tenho pensado na relação entre a arte e a propaganda . Gostaria de falar sobre isso , mas não quero misturar com a leitura de poemas ...
- 20:30 com algum atraso , hein ?
- Exato . Eu sei . Mas gostaria de deixar algo mais dessa minha visita , além da leitura . A revista da universidade . Uma entrevista para o próximo número . Preciso de alguém do curso de propaganda ...
- Mas o valor ...
- Está incluído .
- Que maravilha . A generosidade dos grandes artistas ! Que horas ? Não vai te cansar ? No hotel mesmo ?
- O nome dela é Kaya . Aviso a recepção . É só chegar e subir .
- Kaya de que ? Por que ela ? Em quanto tempo ?
- Você é um puta idiota . Um pé no saco . Já te disseram ? Kaya é o nome e já está atrasada .
- Cara ...você é um barato . Fala tudo que pensa , né ? Até de noite e capriche na entrevista . Vou achar e mandar a tal de Kaya . Que nome !
- É . Tchau .

Ela veio . Dizer o que ? Ela trouxe uma polaroid . Eu fiz fotos , pedi que imitasse as outras , aquelas guardadas na memória , que não fui eu que bati . CLICK . CLICK . CLICK . Ela trouxe um gravador e fitas virgens . Gravamos todo nosso encontro . REC + PLAY . Não tocamos em arte . Não tocamos em propaganda . Canivete Cinta-liga Maço de cigarro dividido . Pele Frente Costas Grito . Lençol Martini gelado dry dividido em colheres chupadas . CLICK . “Eu não preciso de mais gelo , guri . Eu levo o gelo comigo” . “Boa frase , menina .” . Curiosidade erótica em monossílabos . Nunca tinha ouvido falar em mim . Às 20:30 tinha um compromisso bem longe da faculdade . Cortina Vento Chuva Silêncio Abraçados . Falei de charme essencial . Falou que era uma puta , manuseando o estilo magnético da enrustida . Quatro fitas de sessenta minutos . Exaustão .
Como se despedir ? Fingi sono . Ela saiu pela porta .
Ainda havia passagem para o vôo das 20:15 . Jazz no saguão . Sacola “Hotel Rio Grande” com fitas e fotos .
20 : 45 estava de volta ao céu , preparando para pousar , senhores passageiros .
21 : 30 em casa . Onde estaria KAYA ? Eu não me fiz essa pergunta com seriedade . As fitas no aparelho . As fotos coladas com durex na parede , cercando a tela do computador . ICQ ON LINE , por via das dúvidas .
Comecei a escrever sobre ela , sobre fetiches , taras , pessoas que viram marcas nos corpos dos outros , tatuagens nos cérebros alheios .
Continuei escrevendo madrugada .
Ela existe . Eu existo . Posso provar .
Enquanto todos esperam alguma coisa .






25.1.03


UM DIA NOS ARCANOS SUPERIORES


Proclamas publicadas dois dias antes, um dia antes, no dia. A ansiedade fez-se urgência, a urgência comichão sob a língua, e aí já era... foda-se. Arauto do meu segredo, entrego o ouro:

- E aí, Paulão, vamos atrás do FALAZ RETRATADOR DE ALMAS?

- Só se for agora.

[flashback bráian-de-paula: Há dias atrás o oráculo local arrebatou à sua galeria de troféus o retrato da alma do meu amigo – pior: fê-lo parecer um antigo anão bufão de carolinhas morenas a cair pelas costas e a língua serelepe a explodir botão-de-rosa-glande-de-cachorro para fora do bico. O anão pulguejava a todos os pajens da cavalaria do conhecimento com espevitações sorrateiras nas genitálias, e isso fôra demais. Ele & Eu (portanto todos) sabíamos o quanto essa semelhança era indigna. E eis lá o retrato de sua alma: os olhos fundos de um rinoceronte sob um capuz de cabelos. Ele esperneou, deu piscadelas ao espelho e fez sair do lamento uma melodia doce para as crianças ouvirem e os velhos aprenderem. Magias e fogos de artifício à parte, sei que rangia os dentes ruminando escondido planos de uma vingança lenta e dolorosa contra o falaz retratador de almas. Procurei-o eu mesmo em segredo, achei-o em seu covil mutável, cerquei-o com minhas iscas e aproximei-me escondido sob escudos. Amarrada ao toco, a besta, convidei meu amigo para o banquete. Só se for agora.]

Em sua torre, afiamos os machados, vestimos armaduras, fizemos nossas libações, vertemos o néctar, comendamo-nos às nossas donzelas e partimos. Preparamos o cerco alojados no entreposto, vigiamos o tempo ao som da música e dos jogos de mil mulheres que fizemos encenar à nossa frente: as disputas teológicas, os dramas etéreos, os conflitos de açúcar, as ironias sangrentas, o riso do ventre – todos os humores femininos dançaram à nossa frente enquanto refestelavamo-nos com os manjares rudes dos homens e os líquidos espumosos da terra.

Mensageiro, hoooooooooooooooooou. Mensageiro, hoooooooooooooooou.

Nada.

O cerco se esgotou, manobras estratégicas para um posto mais seguro: fomos à minha torre. Ébrios da verdade, após mais uma consulta aos volumes da biblioteca, perdemo-nos em argumentações bizantinas sobre a verdade: “O que é a verdade?”. E ei-la, a verdade: ...e um brande sua espada e o outro brande sua taça. Rimos da verdade ao som de tambores ferozes. O manancial de ouro jorrou pela última vez e recolhemos suas lágrimas em nossos cantis. Telefone pra que te quero, é hora de zarpar.

Mensageiro, hoooooooooooooooooou. Mensageiro, hoooooooooooooooou.

E estandartes anunciaram que o inimigo estava em campo.

Corremos com nossos corcéis velozes sobre nuvens de fogo e enxofre, serpenteando através de fendas e vales, planícies desoladas e ruínas grotescas. Precipitamo-nos gruta adentro onde sabíamos escondera-se o infame, e com nossos aríetes fizemos soar nossa chegada nas estruturas de seu castelo. O menino correu fortaleza adentro para anunciar-nos, e, em seguida, recebeu-nos o maltrapilho ancião, emissário enganoso e trêmulo, paramentado com as insígnias de seu mestre, O FALAZ RETRATADOR DE ALMAS. Trazia em suas mãos o receptáculo do retrato da alma de meu amigo, que nos entregou e repetiu as palavras e as recomendações de seu mestre. “Vade em paz”, dissemos, e ele se retirou em silêncio. Finalmente em nossas mãos, a alma retratada ganhou cores de carne quente e saudável, descomprimiu-se de seu receptáculo exíguo, expulsou a figura do anão bufão para longe, e sorriu para nós.

Marchamos vitoriosos para casa, e, de posse de nosso troféu, resgatamos a donzela em perigo em seu solitário bastião, visitamos os jardins e os porões da memória, povoamo-los de novas criaturas, novas cores e sons, e, sob os auspícios de minha musa, rumamos para o paraíso.

No paraíso, a luz faz-se de sombras cálidas, e as paredes produzem música. No paraíso, a alquimia entorpecente dos fluidos combina-se de mil maneiras diferentes, e cada uma visita um recanto de seu corpo, cada uma preenche uma instância de sua alma. Servos em vestes brancas e sorrisos afáveis inclinam-se em gentilezas, e conduzem-nos por veredas tranqüilas. As árvores da terra, as águas dos mares e rios, os campos das planícies – todos vêm entregar seu fruto, seus rebentos, suas feras e seus rebanhos à nossa mesa. Os azeites mais puros choram sua castidade sobre nossos pratos, vinhos vêm contar suas histórias, e não vemos mais o tempo passar. É porque no paraíso não há mais tempo, só eternidade.



Que seja esse dia, o seu, sempre, meu amigo.


por - O Demônio R. R. R. Tolkien-Soares

24.1.03

Pois é , o tal do meu aniversário , dia 22 de janeiro , foi isso . Logo pela manhã , problemas de grana no banco , nada para se lamentar , o dinheiro só é importante pois com ele você pode comprar passagens de avião . É minha única preocupação , desde sempre . Trabalho : um garoto retardado estava estuprando o irmão mais retardado ainda , mordendo-o , arrancando pedaços de sua bunda e das orelhas . O mais retardado estava muito fraco em seu quarto de favela . O pai não queria falar muito , ex presidiário . A mãe , pelo visto , não sabia falar . Chuvinha fina . Os estupros começaram de 2 meses para cá . Quando o fodedor mongo saia de casa , toda noite , voltava chapado , com a calça rasgada , sem um tênis . Emaconhado .
Fui até a boca . O Bar Da Creuza . Creuza , 50 anos , gorda morena tatuada . Cercada pelos seus , todos tatuados , principalmente no pescoço . Enrolavam um baseado . Fizeram de conta que eu não existia , subindo o bacarranco . Me fiz existir , perguntei do retardado , que alguém estava dando droga para ele e fazendo o cú e ele fazendo o cú do irmão : aprendizado por tabela , condicionamento animal . O irmão estava muito magro , cara de aidético . A Creuza falou que não era coisa deles . A Creuza falou que há muito não via o travesti "Saia Rosa" , ele tinha plantação própria e oferecia droga e pinga para moleques para fode-los depois . Dizia-se que Saia Rosa era ativo , apesar de traveco , pelo lendário tamanho de seu pau . Eu disse que Saia Rosa ia atrapalhar os negócios , que logo o pessoal ia saber que aquela boca estava suja . Creuza pensou , tragou . Creuza lembrou do estuprador da bicicleta , que foi cortado em iscas de carne . Creuza pediu meu telefone de contato . Ela ia pegar Saia Rosa . Ia me avisar quando . Iria por fogo nele e jogar na linha do trem . Choque elétrico e não se falaria mais no assunto . Fumei . Cumprimentei todos .
Voltei para casa .
Balantines 17 anos . Quatro pedras de gelo .
Sem pensar em nada , sim , isso é possível .
Deitei bêbado .
Acordei dia 23 com dor de cabeça .
Duas aspirinas .
Uma reunião com a nova secretária de saúde da cidade .
Alguém soube que tinha sido meu aniversário .
Chamaram um bolo de trufas do "Amor em Pedaços" .
O Nome da doceria me fez pensar em Saia Rosa e no que ele deveria ter dentro de si .
Comi um pedaço grande .
Sorri para os políticos .
Parabéns .
Paulo.

19.1.03

Pois é : hoje o dia promete . Vou sair pra almoçar com o Demo ( um espelho guardado no bolso ...e se quebra ? ) , e como convidada de honra , teremos uma lésbica do tipo CAMINHÃO . Gorda . Gosta de contar como é macho na vida . Estou curioso . Depois vamos ao cinema . Vou tentar pegar na mão dela , fazer carinho , pensar em Julio Iglesias : "Estranhos e Nada Mais " . Devo levar um soco na cara . Estou indo com o canivete . As LÉSBICAS LINDAS se escondem , elas são perfeitas , conheci uma , apenas uma , e ela me deixava ver até o ponto dos beijos e de apertar os biquinhos , rosados . Depois iam para o quarto na república . Eu deixava e me punhetava ouvindo , deitado no sofá , dormia numa boa .
Aquela república era uma putaria . Em véspera de prova , neguinho com algodão na orelha para conseguir decorar a Anatomia inútil dos livros . Nem tão inútil assim . Um professor operou um câncer de pulmão , olhando o RX . Tirou o pulmão podre . Ficou todo feliz . Só depois percebeu que o RX estava colado "de contrário" . Podem rir , isso é uma piada . Bem , o CRM protegeu o cara , e ele continua operando , afinal , errar é humano da porra .
O PT CAMPINAS está montando um protocolo de como lidar com as doenças . Ok , fui ler o treco . O que diz do começo ao triste fim é que não devemos cuidar das doenças como capitalistas . Mas então , como ?
Escrevi para o responsável .
Resposta :
" Caro Paulo , a cura é um processo de construção de saberes e revisão de paradigmas... " .
DELETE .
Ontem uma amiga , ultra gata , me disse que eu sou o único psicanalista pop que ela conhece .
Adorei a definição .
É isso , deixa eu ficar bem bonito , respirar fundo com meus dois pulmões
que a caminhoneira logo está chegando : PNEUS MICHELLIN .
beijos .
PS : Moçada , esse comentário da SRTA I está bom demais para se perder entre os outros . É exato . Essa é minha garota e eu sou a garota dela . Vai lá :

"DarkAngel: concordo.

quem sabe?: o Paulo não é um demônio. E talvez isso seja uma história meio longa..

"Giu : a lebre se conhece pelos olhos ."

Uau. Agora mesmo me perguntei pra que existem os óculos escuros. Acho que já aprendi a resposta. Se bem que... de noite não se pode usar óculos escuros. Bem que existe o ditado "à noite, todos as lebres, digo, GATAS, são pardas"; ou gatos pardos, que seja.
Somos todos bonecos de carne.

"Compra-se putas como peixes . Vé mucosas e tudo mais . Não , não é apenas um mito . SÉRIO , menininha ."

Putas, na minha humilde opinião, são no mínimo "alugáveis". E não são mitos mesmo. Elas estão em todos lugares. Na escola, na pessoa gentil que te atende no telefone, no jardineiro, no motorista de táxi e até mesmo em casa almoçando com você. Existem muitas Putas.
Não disse que existe muita "gente puta", mas gente que, indiscutivelmente,
e independente do jeito de ser,
é Puta.
Pode ser eu ou você. Ou os dois.
Mas quando a gente se der conta já vai ser tarde demais. É sempre tarde demais.
Bah...

"PUTAS servem pre entreter . Não confundir uma coisa com outra . Um livro , um conto de entretenimento , mesmo que você os lampa (sic?) , estarão sempre secos e chatos ."

As pessoas, digo, as putas, geralmente sabem muito bem o que querem e não se confundem, quando são ambiciosas. Sabem acertar o alvo, mesmo mirando na direção contrária, por isso são chamadas desse nome feio.
PUTAS-mulheres, não tem culpa de sentimentos que independem de sua vontade.
De sua ereção sentimentalista.
Rá. Essa foi ótima, mas é real: da mesma forma que o homem não se contém em suas calças em certas situações, uma mulher não se contém (nem se contenta) com o seu sentimentalismo.
É escroto, mas é a vida, fazer o quê? Me matar? Bah de novo,...
Secos e chatos? É verdade.
Muita gente prefere mesmo coisas mais redondas e molhadas, o que não é o caso dos livros.
Não que eu lamba (se essa foi a palavra digitada) livros. Mas às vezes quando chego a me empenhar na leitura de um bom livro, o folheio lambendo meus dedão e o meu indicador, como muita gente o faz, pra virar página por página. E de certa forma absorvo todo o veneno que me trás prazer, que me angustia, que me revolta, que me agride.
Ê sadômasô danado de bom.
E me apego aos detalhes, à essência,
ao veneno tranformado naquilo
que agora eu posso chamar de meu. Normal.

Rá que bosta. Ninguém merece ler isso.
Chega. Me empolguei.

Paulo: escreva mais sobre putas; adoro escrever sobre elas. E você sabem quem eu sou.



Posted By: Sra I. 1/18/2003 10:18:50 PM "
PUM PÁ . TAPAS NA CARA . NOS LÁBIOS , OS 3 . GOSTOSO , ELA :
e tão linda , tão linda .
come tão bem .
beijos II - Paulo .




15.1.03

AAAAAAAA....OOiiiii !!! Pois é minha gente , meu povo de bom coração e ventres frosts ou vice versa , ESTOU AQUI PRA DIZER que a enquete COMO DEVE SER A LITERATURA PARA VOCÊ ? chegou no fim , com empate entre literatura de ENTRETENIMENTO e Literatura CORPORAL ( sexo , tesão , porrada , cultura lambida babada cuspida ) . Esse empate , segundo nossos analistas , representa a eterna luta entre a babaquice e o CRIME .
CRIME SEXUAL VERBAL FORMAL . babaquice de ainda ler e reescrever XISTO NO ESPAÇO com roupagens de Cláudia Raia .E por falar em putas reprimidas , digo , com o apoio de nossos analistas de markentingggg :
As Putas SOLTAS LIVRES LEVES são as melhores : DIZEM O PREÇO ANTES DO AMÉM . Ajoelham , então , e REZAM . AS outras ( ESSAS DO ENTRETENIMENTO depois piram ou te piram ( se vc for um bosta ) com lances de AMOR , "pensei que fosse durar mais que uma noite" , "será que não podemos tem um futuro ? "
VÁ PRA PUTA QUE O PARIU . Não , deixe a santa puta em paz . Conosco . VÁ continuar escrevendo seus livros , pintando seus quadros , tomando aspirina .

AGORA lanço a seguinte questão :
QUAL DEVE SER A PRÓXIMA ENQUETE DO "LITERATURA CORPORAL " : deixem suas opiniões nos comentários . O que eu gostar mais , ponho . Se não gostar de nada , invento .
beijos valem quanto pesam .
Paulo.


UM DIA

- manhã: solidão, rotina -

Os escargots no programa televisivo. As mulheres adoram os escargots no programa televisivo. Coçam o couro cabeludo amanhecido ainda mais gorduroso com suas unhas miseráveis, à caça de granulações. Essa é a origem das pequenas feridas que se verificam com maior freqüência no alto da testa, onde nascem os cabelos, e na região lateral posterior, um pouco acima das orelhas, sendo naturalmente mais pronunciadas as lesões naquele mesmo lado em que houver habilidade psicomotora predominante.

- tarde: solidão, delírio -

Como iogurte. Gosto de mastigá-lo. Já a sensação de ter seu sabor por muito tempo na boca é desagradável. É como se tivesse dormido longamente mas acordado, e de um sono com um sonho tão higiênico e estéril cujo único efeito fosse realmente acordar com a boca meio ressecada e adstringente com o gosto de iogurte suicídio de morango... [pausa dramática] ...dormido longamente mas acordado - qualquer um entende por que a primeira interpretação que qualquer leitor faria desse fragmento, mesmo em seu contexto, seria a de que o interlocutor se refere ao fato de haver dormido longamente mas esse sono haveria sido interrompido pela vigília, embora a correta seja a de que o interlocutor se refere ao fato de haver dormido longamente em estado de vigília, e chama a atenção para essa ressalva através da adversativa. Faz-me lembrar o caso de Thomas, aquela cadela boxer que ficou terrivelmente apática, quase melancólica, depois de haver morrido – abandonou seus hábitos domésticos e animados e ficava apenas parada, triste, como lázaro que o cristo fez retornar da tumba, mesmo após já estar cheirando muito mal. Iogurte, aliás, assim como o roquefort, têm ambos seu grande charme no princípio contraditório (?) que é seu fundamento: o crescimento da vida e sua degenerescência e o crescimento da vida na degenerescênscia e a vida que é degenerescência, rosa, rosa, rosa...

- noite: solidão, método -

toda vez que se utilizava de fita dental fazia-o às escondidas, desfrutando desse prazer solitário como um reconhecimento secreto e dadivoso de seu corpo a si mesmo, único conaisseur apto a julgar tão particular cultura. esperava em média dois dias durante os quais comia seus pães, macarrões e especialmente carne, inspecionando cuidadosamente a parte posterior dos incisivos, as laterais externas dos molares e o generoso vão do pré-molar inferior direito, cuidando que abrigassem os delicados depósitos da massa clara que ia solidificando-se aos poucos junto à gengiva como um anel de coral. com a língua inspecionava regularmente o progresso da textura e a riqueza da densidade, com os finos e hábeis dedos indicadores promovia os melhores acúmulos e aparava-lhes os excessos, os quais analisava-lhes cuidadosamente a cor, o brilho, todas as fases do sabor e bouquet durante a maturação e mesmo suas resistências ao corte. findo o prazo habitual e julgado o processo concluído, esperava uma longa hora em que pudesse dispor sem preocupações do banheiro e calmamente, como numa celebração ritual, retirava as pequenas coroas dos seus ninhos com a ponta metálica de um cortador de unhas e admirava-lhes primeiramente a firmeza ao toque, em seguida elevava-as num meio caminho em direção à luz sobre o espelho para reconhecer-lhes as particularidades de feição, levando-as então várias vezes junto às narinas para acolher e reconhecer seus aromas antes de finalmente degustá-las ora quebrando-as entre os dentes, ora apenas deixando que se dissolvessem entre a língua e o céu da boca, como numa comunhão. anotava metodicamente os progressos em um caderninho de brochura que escondia dentro do estojo de couro dos instrumentos de manicure e o marido nunca o encontrou.


O Demônio Amoroso

14.1.03


Ela nunca suportou quem a chamasse de minha querida. Isso porque quando era pequena o tio e tutor a currava com freqüência, praticamente às vistas da madrasta e da irmã mais velha que, para falsamente a consolarem, assim a chamavam. Sabiam que enquanto durasse a pervertida obsessão pela pequena estariam seguras. Acontece que o apetite do desgraçado simplesmente aumentava, e seus ataques se tornaram com o tempo tão mais freqüentes quanto requintados, e sentiu que a menina, já quase exaurida, não lhe satisfazia como antes. Primeiro foi a outra irmã, depois a velha. Passado pouco tempo, a situação entre os quatro já se encaminhava a um ponto semelhante àquele que o causara até que, por fim, as duas, sentindo-se traídas pela insuficiência da pequena que, julgavam, as conduzira a tanto, juntaram-se e a surraram de tal forma que mais tarde o homem, examinando-a, julgou-a morta e, como a preferisse, não hesitou em degolar a moça e empalar a velha. Abandonou a casa apenas quando o mal-cheiro tornou-se insuportável e nunca mais foi visto. A garota foi encontrada semanas após, em choque e desnutrida, por um casal de vagabundos que a exploraram por alguns anos, até que tivesse condições de fugir.
Tornou-se, com a experiência que tinha, uma das prostitutas mais requisitadas e, como aprendera com os patifes que a encontraram diversas trapaças, não demorou que enriquecesse. Dona por fim, quando envelheceu, de um dos prostíbulos mais luxuosos onde não raro viam-se figuras importantes do mundo financeiro e político, continuava a exercer seu ofício quase que por prazer, e era ainda desejadíssima. Apenas não suportava que a chamassem de minha querida, e, por essa razão, castrou com um punhal fino de cabo de marfim o chefe do gabinete. No dia seguinte foi morta asfixiada com suas caríssimas roupas, que enfiaram-lhe traquéia abaixo, e soube-se que, ainda viva, arrancaram-lhe os olhos, rasgaram-lhe as peles moles do peito a unhadas e perfuraram-lhe o útero com um punhal fino. Fui a seu enterro escondido, mas tinha quase certeza de que todos ali eram como eu, e a maioria chorou. As meninas da casa continuaram o negócio, mas nunca mais voltei, até que soube do incêndio...


O Demônio Amoroso

12.1.03

EIS A FOTO DO "D E M O N I O" . Vejam bem .Imaginem que olhar está atrás desses óculos . Não sei como sobrevivemos até
agora , não faço idéia . Foram : Putas ( obviamente de luxo ) , drogas ( as melhores , em colheres de prata ) , foram brigas . Brigas , porradas . Eu e ele trocando socos e golpes baixos , rasgando as camisas , sobrando dois caras suados . Dois caras que juntos pesam aproximadamente 250 quilos . Somos rápidos . Porradas , Brigas , eu passava pomada em sua mão , por ter acertado um babaca aleatório na rua . Ele passava minha vida a limpo , por eu ter feito umas e outras . Nós sempre trepamos de porta aberta , para ouvirmos os sons das meninas . Eu deixava a minha ocasional dormindo , ia até a cozinha , e lá estava ele , sendo chupado no colchão . Eu voltava , acordava a minha . Metia-lhe à moda francesa . O melhor rum . Os melhores segredos compartilhados .
No início eu dei Jack Kerouac e The Doors para ele . Ele me deu filosofia alemã . E Bach . Encontramos aos poucos um mínimo múltiplo comum de comunicação . O CRIME . A Déia falou , dançando , linda , sua pele na nossa pele , que éramos os dois muito parecidos . Gastei 250 com putas , presente para ele em uma NOITE . Ele nota as pistas e me repassa , presente para mim.
Compartilhamos amantes . Compartilhamos vinhos e comidas que pouca gente suspeita a existência . Ficamos pobres , para ficarmos ricos . Não teremos vida eterna . Digo novamente : olhem para ele . Olhem para mim . Lá vai : "ernaniteixeira@hotmail.com" . Não custa nada . Só lhes renderá LUCROS .
Escrevam para ele . Coragem . Ele pega o elevador dos níveis para se comunicar . Se chegar no subsolo , paciência tem limite , batemos a cabeça do/da infeliz contra a parede , até os dentes grudarem na argamassa . Eu bati essa foto . Eu estava doido de anfetaminas . Ele estava doido de anfetaminas . Mas ninguém diria . Ainda estamos vivos .
A casa de máquinas do ELEVADOR range dentro de vocês .O apartamento DELE é no último andar do prédio , ainda assim precisa ser aberta uma porta , encarar uma escada cinza , que leva até duas portas , uma da casa de máquinas e outra do antro . Uma é espelho da outra . Afinal você sonha com a correia tensa que passe pela nuca , suba & desça , costas , abra as nádegas , lubrifique o ânus : mande mensagens para seus úteros , eles IMPLORAM POR ISSO . Em seus desejos por algo mais . Ou você só deseja essa porcaria que o CALENDÁRIO te dá ? Parece degradação do outro , mas você está enganada . É a chance de nobreza . SUA língua escolhe palavras , preocupadas , a língua para ser aceita . Em ser CORRETA e adequada para nós . Não se preocupe . Sabemos o que fazer . Escreva . Repito : "ernaniteixeira@hotmail.com" . Por que não ? Sua mão está acariciando o teclado . Olhe pela janela : Deserto ou gentes sem nomes . Você tem um nome . Vá em frente . São apenas algumas teclas e depois "ENVIAR" .
Faça .
Isso.
Está querendo saber mais . Querendo saber toda a História . A Curiosidade está pegando . Nós contamos .
Isso .
Vai Fazer .
O Amor agradece . Você se agradece .
E , ei :
COMUNICADO :::::>>> NÃO DEIXEM DE VOTAR NA "ENQUETE" que realizei no último POST .
"COMO DEVE SER A LITERATURA ? " . Por enquanto está pau a pau entre a que deixa marcas , sangue e umidade e aquela outra que serve pra se ler / escrever comendo pipoca, coçando as micoses do pé , esquecendo da merda de vida que se leva . ( Não esperem porra de imparcialidade da minha parte.) .
Todo FAZEDOR tem pacto com o Capeta .( vide Bill Blake sobre Milton ....claro que não vão ver .....tudo bem , a gente tem uma maneira muito gostosa ( range o elevador interno... ) de contar ).
Beijos de sabor único .
Esculturas no enxofre perfumado .
Não tenham medo .
Paulo .



11.1.03



Como deve ser a literatura para você ?

Forte , potente , porrada , deixa marcas, sexo , sangue

Linda , florida , cheia de sentimentos bons para Humanidade

Entretenimento , faz esquecer um pouco as dores da vida real

Simples , para o povão entender e o Gilberto Gil apoiar

Literatura é um saco .














ESTOU ESCREVENDO o livro sobre ela . eu estou na cola dela . ela sabe disso . eu a obriguei a pagar um boquete em uma garrafa de OLD TIMES . Não foi obrigado . Foi prazer . Ela riu . Eu chutei o pé da cadeira . Ela caiu no chão . Eu bati com a LISTA TELEFÔNICA na mesa . Quase acerto seus dedos finos . Eu nunca acertaria seus dedos finos . Eu quero desenterrar o passado que ela já matou . Eu preciso enterrar o passado que já matei . Meu pé está na terra e remexendo . Não gosto de ter unhas sujas . Mas às vezes é NECESSÄRIO . Ela agora vai fazer algum silêncio . Eu agora preciso falar como louco . CALCINHA DE TIGRESA .
Já não posso mais com as outras perdedoras : falidas , iludidas com sucesso inexistente , capengas .
Ela é meu livro de um exemplar só
Vcê não vai encontrar pra vender na internet , nem resenha .
Ninguém sabe resenhar a coragem dos bois de RG .
Não desisto .
Vou .
Deixo .
.22
furo pequeno e certeiro .
como a ironia .
paulo.

10.1.03


* to têrátos:

I - signe envoyé par les dieux:
particul.: signe extraordinaire, présage effrayant, prodige (HOM.: II. 2, 324, etc.; Od. 3, 173; 12, 394; 21, 415, etc.; HÉS.: Th. 744; HDT.: 4, 28; 6, 98, etc.; XÉN.: Mem. 1, 4, 15); to Diôs (HOM.: Il. 5, 742)
- signe effrayant envoyé par Zeus:
en parl. de la tête de la Gorgone; to polêmoio (HOM.: Il. 11, 4);
- prodige qui annonce une guerre:
spécial. signe céléste, météore (HOM.: Il. 4, 76); arc-en-ciel (HOM.: Il. 11, 28; 17, 548)

II - chose monstrueuse:
particul.:
1. animal monstrueux:
> en parl. d'un serpent (HOM.: Il. 12, 209; HH.: Ap. 302)
> en parl. d'un Cerbère (SOPH.: Tr. 1098)
> en parl. du Sphinx (EUR.: Ph. 806)
> en parl. d'un taureau (EUR.: Hipp. 1214)

2. être monstrueux, monstre:
en gén. (PLAT.: Crat. 393b, 394a; ARSTT.: G. A. 4, 3, 30, etc.)

3. toute chose prodigieuse, étonnante:
- têras lêgheis (PLAT. Hipp. ma. 283c, etc.): 'tu dis là une chose extraordinaire'; cf. PLAT.: Theaet. 163d, 164b, etc.
- oú têras (ARSTT.): 'cela n'est pas étonnant'.

Obs.: La déclinais. peut être réguliere, sauf au dat. sg. sans ex.; on trouve aussi certaines formes contractes on ion.:

1. formes contr. par suite de la syncope du 't':
- gén. sg. têraos;
- épq. nom.-acc. pl. têraa (HOM.: Od. 12, 394), d'où têra [a] (A. RH.: 4, 1410; NIC.: Th. 186);
- gén. têráón (A. RH.: 4, 1364; CALL.: Jov. 69; ORPH.: Arg. 37);
- dat. têráessi (HOM.: Il. 4, 408)

2. formes ion.:
- gén. sg. têreos (HDT.: 8, 37);
- pl. nom. têrea (HDT.: 8, 37)

3. avec allongem. acc. plur. teráasta [aat] DP. 604 (cf. têlór [HSCH.], et têlór?)


* hé terastêias [rá]

1. récit de choses extraordinaires, d'histoires merveilleuses et invraisemblables (AR.: Nub. 317, Eq. 627, Ran. 834; ESCHN.: 2, 11 B-Sauppe; ISOCR.: 232a);

2. p. ext. caractère étrange (JUL. 56d) - teratêuomai.


* teratêuomai

raconter des choses extraordinaires ou invraisemblables > d'où mentir, duper, tromper (AR.: Eq. 627; Ran. 834; tói skhémati, ESCHN. 34, 26); prendre une contenance, se donner des dehors trompeurs.


* hô teratías [aa]

charlatan, imposteur (DS.: Exc. 529, 29) têras.


* teratologhêó

disserter sur les monstres, les prodiges ou les présages (ARSTT.: Météor. 2, 8, 4; DS.: 1, 63; LUC.: Philops. 37); au pass. (SEXT.: P. 2, 70; 3, 31; LUC. Philopatr. 10) - teratologhías.


* hé teratologhías

récit de choses extraordinaires, inventions mensongères, hâblerie (ISOCR.: Antid. par. 304; STR.: 271; LUC.: Philopatr. 2) - teratolôgos.

* teratolôgos

1. qui raconte des histoires de choses extraordinaires (PHILSTR.: 123)

2. au sujet de qui l'on raconte des choses prodigieuses (PLAT.: Phaedr. 229e) - legó + têras...


et ça revient, comme d'oúroboúros... en ce qui concerne au lôgos, ça c'est du sujet par un cours, une lesson prochaîne... cette-ici c'est seulement pour y présenter - qui?

O Demônio Amoroso



9.1.03

voltei . esvaziei minha secretária eletrônica .estou com uma obsessão criminal apaixonada real ficcional .
estou aqui com umas fotos . são pesadas . são enormes . são boas .
vou tentar coloca-las .
se rolar , rolou : a foto de uma cabeça de um cara capaz de chutar seu saco , roubar sua mulher , te fuder e não te mandar flores .
a foto do mesmo cara , mas o seu demônio intercedendo exú atrás .
a foto do cara com as meninas numas de Sargentelli misturado com Garrincha . Lá da terra de Pau Grande .

valeu .
beijos .
obsessões redenteoras e sexuais para todos que têm fôlego .













3.1.03

O REVEIÃO foi uma delícia ! Ainda estou me recuperando das sensações todas que foram estimuladas naquela noite e madrugada . E fotos , muitas fotos eu bati , mamita , inclusive uma , a última , QUANDO TODO MUNDO JÁ TINHA IDO DORMIR E DEPOIS RESOLVEU LEVANTAR PARA......bem , vocês verão . O meu Demônio Particular me ofereceu uma FESTA e tanto , provando mais uma vez , que a vida é uma bosta apenas para os BOSTAS . Então , jogam sua condição para fora , mantendo a VAIDADE energúmena , e acham tudo chato .
Tudo , menos eles próprios . Essa patologia conduz à falta de SIMANCODINA , falam sobre suas vidas , o que escrevem , o que publicam , suas idéias , e ai de quem bocejar . Conduz também a uma puerilidade revoltante , batem os pezinhos , fazem beiço , se escondem debaixo da cama . Sempre fria , obviamente .
Se fosse da minha natureza , eu sentiria dó . Mas tenho um fígado muito seletivo , potente , mas seletivo .
DEMO : Eu vou publicar as fotos ....TODAS ....principalmente AQUELA , em nome do senhor Jesus !!
Somos os valentes de Gideão .
Ano Novo , vida nova . Já estou com a agenda 2003 e com o livro negro 2003
Uma garota disse que eu tenho "olhar de assassino psicopata" , como se alguma coisa tivesse morrido dentro de mim .
Uma espécie de olhar frio , que aparece nos momentos de silêncio .
Que peninha , queria tanto ser gente boa , com o espírito da bondade , ou com a VAIDADE AUTISTA .
Mas não .
Virei a garota de bruços e a sodomizei com champagne , lubrificante . Brut .
Abri uma Skol , acendi um cigarro
e sorri . Em silêncio . Anfetaminicamente rangendo os dentes .
Talvez , com o tal dos olhos .

beijos até o dia grandioso em que o medo vença a esperança .
Paulo.