Páginas de Literatura Corporal

26.3.07

Imagem Pública.





Ele tentou de todas as formas atingi-la.
Nenhuma deu resultado.
O problema: quando juntos, quem sabe dez anos atrás, mais, menos, ontem, no quarto ao lado,
ela adorava as imagens privadas. Aquelas que ficariam apenas entre eles.
Nisso se baseia o amor: a confiança.
Por não acreditar em coisas TÃO SOMENTE assim,
ele me procurou com uns bons tantos de cds.

Maravilha. A Mulher gostava mesmo de maldizer suas mucosas em fotos, filmes e até mesmo fingia dormir de pernas arregaçadas, a praia ao fundo.

- Do litoral, vocês ?
- No litoral. Lá de estada e natalina, só rio por perto, água de beber.
Poetas.
Sabe.
Ele tentou dizer pra ela que tinha muita, mentira, maconha, via torpedo,
e ela : "Parei com tudo".
O sujeito mesmo desesperado.

- Se eu colocar na net ela vai saber que fui eu.
- Imbecil. Se eu colocar ela também vai saber que foi você. Ou alguém mais tinha COISAS dessa vaca ?
- Só eu. Mas é difícil resistir à provocação, mesmo que covarde.
( um dia eu explico, mas eu conhecia essas fotos e filmes e tals muito antes DELE).
- É a lógica do vício, fofo.
- Posso escrever nosso papo aqui ?
- Deve.
- Belê. Que fique registrado então o seu conhecimento de que ela o odiará para sempre, e que a mínima chance de chance mínima explode magatons nesse momento.
- Mas ao menos ela será tocada. Terá medo de mim.
- De você ? Isso aí ?!!
- Tô pagando !
- Tá. O que ela fazia nessa foto ?
- Se despia. Estava bêbada. Tenho a seqüência toda, até ela gozando sobre mim, o rosto bem nítido.
- Vamos ver como as coisas involuem.
- Obrigado.
- Você é um pulha. Mas tá pagando.

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