Páginas de Literatura Corporal

24.8.03

AS BALADAS .






Ontem foi dia de BALADA pra muita gente . Balada = Smirnoff Ice , Beijo na Boca , Chupar Peitinhos , Trepar em algum lugar lúgubre com alguém semi-desconhecido .
A Balada continua no dia seguinte com dor de cabeça , vômito e sonolência .
Viva ! Sério ???
AS FESTAS DIONISÍACAS eram proibidas pelo Estado Grego . As Verdadeiras Baladas . Sem piercing .
Ninfas , Touros Humanos , Floresta em que animais eram saboreados junto com virgens , sangue , vinho , sacrifício de bestas . Penetrações Múltiplas .
ÊXTASE , não Ectasy ( nada contra , tudo contra : sou assim ) .

Uma vez eu estava com uma dona na cama , e ela me pediu pra interpretar um dos meus personagens mais FORTES . Ela me pediu , sem saber , uma espécie de DIONÍSIO REDIVIVO . Eu dei para ela . Mal começou a coisa , fez beiço , tremeu ( gozou ? ) , pediu para que eu parasse , voz de choro neurótico . A Dona estava com medo . Fobia .
Ela imaginou que teria na cama um BALADEIRO .
ERROU feio . Ou Errou bonito , mas não deu conta da enxurrada de que o membro prometia no topo do vulcão . Queimar a porra lava . Lava . Lava .

Não boto aqui "SOU CONTRA A HOMOFOBIA" : isso é coisa de baladeiro . Parece bem descolado e moderno . Mas então , chega o Tio Dionísio e diz pra mocinha moderna :

- Então está bem . Você é super . Você tem 28 tatuagens pelo corpo e 592 piercings . Parece ser a pessoa exata . Não me pergunte para onde , mas vou te levar para um lugar realmente CONTRA A HOMOFOBIA . Uma clareira , entende . Aliás , um lugar contra TODA FOBIA .

- Não , você não entendeu ...bem , oras ( cabelo com "luzes" ) ...é só um lance conceitual ....deixa eu pegar uma Coca Light ( Uma Smirnoff Ice ) ....e já volto e já sumo .

- Vai , escrota . Vai com fé .

E você aí irmão , irmã . Tá se aprumando da balada ? Tá se preparando ? Hum...

- Nada disso , Paulo . Você é um errado na Vida ( mostra a língua tipo sabugo de milho ) . Eu curto cair na noite com meu namorado . A gente super se comporta . Somos do bem .

- Maravilha . Tem vaga aberta em várias ONGs pra tipos como o seu . Ajude as baleias . Dê palestras em grupos de auto-ajuda "Gente que Ama Demais." . Pinte os pêlos pubianos com as cores ufanistas do mico leão dourado .

Pensem em Dionísio . Cuspam dentro da boca de Dionísio .

Só não ousem rezar ( com a luz negra girando e o DJ BIBA rebolando diante de uma imagem dourada de BUDA - tipo "que pena que o Brazil não tem cacife pra ter um Budha's Bar parisiense" ) por Dionísio .

Beijos nos Gargalos do Corpo.

PAULO.


20.8.03

U I V O

Eu nunca tive saco pra POESIA . Estava no colégio , eu comia garotas loiras no banco de trás do carro dos seus pais . Então esse poema caiu na minha mão , pensei em limpar meu pau nele , mas resolvi passar os olhos .
Foi quando saquei que POESIA poderia ser umas . Que aquelas bucetas aloiradas que eu chupava com tanta afinco , me diziam : - O afinco vem daí , cara .
O AFINCO DA VIDA .
O nome do cara era Allen Ginsberg .
Eu alimento meu amor com "Uivo" .
Meu amor pede alimento pra matar a fome de saudade .
Paulo .

UIVO - Allen Ginsberg
para Carl Solomon


Eu vi os expoentes de minha geração destruídos pela loucura,

morrendo de fome, histéricos, nus,

arrastando-se pelas ruas do bairro negro de madrugada em busca

de uma dose violenta de qualquer coisa,

"hipsters" com cabeça de anjo ansiando pelo antigo contato

celestial com o dínamo estrelado da maquinaria da noite,

que pobres, esfarrapados e olheiras fundas, viajaram fumando

sentados na sobrenatural escuridão dos miseráveis aparta-
mentos sem água quente, flutuando sobre os tetos das
cidades contemplando jazz,

que desnudaram seus cérebros ao céu sob o Elevado e viram

anjos maometanos cambaleando iluminados nos telhados
das casas de cômodos,

que passaram por universidades com os olhos frios e radiantes

alucinando Arkansas e tragédias à luz de William Blake
entre os estudiosos da guerra,

que foram expulsos das universidades por serem loucos e publi-

carem odes obscenas nas janelas do crânio,

que se refugiaram em quartos de paredes de pintura descasca-

da em roupa de baixo queimando seu dinheiro em cestas
de papel, escutando o Terror através da parede,

que foram detidos em suas barbas públicas voltando por Laredo

com um cinturão de marijuana para Nova York,

que comeram fogo em hotéis mal-pintados ou beberam tereben-

tina em Paradise Alley, morreram ou flagelaram seus tor-
sos noite após noite

com sonhos, com drogas, com pesadelos na vigília, álcool e cara-

lhos e intermináveis orgias,

incomparáveis ruas cegas sem saída de nuvem trêmula e clarão

na mente pulando nos postes dos pólos de Canadá & Pa-
terson, iluminando completamente o mundo imóvel do
Tempo intermediário,

solidez de Peiote dos corredores, aurora de fundo de quintal
com verdes árvores de cemitério, porre de vinho nos te-
lhados, fachadas de lojas de subúrbio na luz cintilante de
neon do tráfego na corrida de cabeça feita do prazer, vi-
brações de sol e lua e árvore no ronco de crepúsculo de
inverno de Brooklin, declamações entre latas de lixo e a
suave soberana luz da mente,
que se acorrentaram aos vagões do metrô para o infindável

percurso do Battery ao sagrado Bronx de benzedrina até
que o barulho das rodas e crianças os trouxesse de volta,
trêmulos, a boca arrebentada e o despovoado deserto do
cérebro esvaziado de qualquer brilho na lúgubre luz do Zôo-
lógico,

que afundaram a noite toda na luz submarina de Bickford's,

voltaram à tona e passaram a tarde de cerveja choca no
desolado Fugazzi's escutando o matraquear da catástrofe
na vitrola automática de hidrogênio,

que falaram setenta e duas horas sem parar do parque ao apê ao

bar ao hospital Bellevue ao Museu à Ponte de Brooklin,

batalhão perdido de debatedores platônicos saltando dos gra-

dis das escadas de emergência dos parapeitos das janelas
do Empire State da lua,

tagarelando, berrando, vomitando, sussurando fatos e lembran-

ças e anedotas e viagens visuais e choques nos hospitais e prisões e guerras,

intelectos inteiros regurgitados em recordação total com os

olhos brilhando por sete dias e noites, carne para a sinago-
ga jogada na rua,

que desapareceram no Zen de Nova Jersey de lugar algum dei-

xando um rastro de cartões postais ambíguos do Centro
Cívico de Atlantic City,

sofrendo amores orientais , pulverizações tangerianas nos ossos

enxaquecas da China por causa da falta da droga no
quarto pobremente mobiliado de Newark,

que deram voltas e voltas à meia-noite no pátio da estação fér-

roviária perguntando-se onde ir e foram, sem deixar cora-
ções partidos,

que acenderam cigarros em vagões de carga, vagões de carga,

vagões de carga que rumavam ruidosamente pela neve
até solitárias fazendas dentro da noite do avô,

que estudaram Plotino, Poe, São João da Cruz, telepatia e

bop-cabala pois o Cosmos instintivamente vibrava a seus
pés em Kansas,

que passaram solitários paelas ruas de Idaho procurando anjos

índios e visionários,

que só acharam que estavam loucos quando Baltimore apareceu

em êxtase sobrenatural,

que pularam em limusines com o chinês de Oklahoma no impul-

so da chuva de inverno na luz da rua da cidade pequena
à meia-noite,

que vaguearam famintos e sós por Houston procurando jazz

ou sexo ou rango e seguiram o espanhol brilhante para
conversar sobre América e Eternidade, inútil tarefa, e
assim embarcaram num navio para a África,

que desapareceram nos vulcões do México nada deixando

além da sombra das suas calças rancheiras e a lava e a
cinza da poesia espalhadas na lareira de chicago,

que reapareceram na Costa Oeste investigando o FBI de barba e

bermudas com grandes olhos pacifistas e sensuais nas suas
peles morenas, distribuindo folhetos ininteligíveis,

que apagaram cigarros acesos nos seus braços protestando contra

o nevoeiro narcótico de tabaco do capitalismo,

que distribuíram panfletos supercomunistas em Union Suare,

chorando e despindo-se enquanto as sirenes de Los Alamos
os afugentavam gemendo mais alto que eles e gemiam
pela Wall Street e também gemia a balsa da Staten Is-
land,

que caíram em prantos em brancos ginásios desportivos, nus e

trêmulos diante da maquinaria de outros esqueletos,

que morderam policiais no pescoço e berraram de prazer nos

carros de presos por não terem cometido outro crime a não
ser sua transação pederástica e tóxica,

que uivaram de joelhos no Metrô e foram arrancados do telha-

do sacudindo genitais e manuscritos,

que se deixaram foder no rabo por motociclistas santificados e

urraram de prazer,

que enrabaram e foram enrabados por estes serafins humanos, os

marinheiros, carícias de amor atlântico e caribeano,

que transaram pela manhã e ao cair da tarde em roseirais, na

grama de jardins públicos e cemitérios, espalhando livre-
mente seu sêmem para quem quisesse vir,

que soluçaram interminavelmente tentando gargalhar mas acaba-

ram choramingando atrás de um tabique de banho turco
onde o anjo loiro e nu veio atravessá-los com sua espada,

que perderam seus garotos amados para as tres megeras do destino,

a megera caolha do dólar heterossexual, a megera caolha que pisca de dentro do ventre e a megera caolha que só sabe ficar plantada sobre sua bunda retalhando os dourados fios do tear do artesão,

que copularam em êxtase insaciável com uma garrafa de cerveja,

uma namorada, um maço de cigarros, uma vela, e caíram da cama e continuaram pelo assoalho e pelo corredor e terminaram desmaiando contra a paerede com uma visão da buceta final e acabaram sufocando um derradeiro lampejo de consciência,

que adoçaram trepadas de um milhão de garotas trêmulas

ao anoitecer, acordaram de olhos vermelhos no dia seguin-
te mesmo assim prontos para adoçar trepadas na aurora, bundas luminosas nos celeiros e nus no lago,

que foram transar em Colorado numa miríade de carros roubados

à noite, N.C. herói secreto destes poemas , garanhão
e Adonis de Denver - prazer ao lembrar de suas incontáveis
trepadas com garotas em terrenos baldios e pátios dos
fundos de restaurantes de beira de estrada, raquíticas filei-
ras de poltronas de cinema, picos de montanha, cavernas
ou com esquálidas garçonetes no familiar levantar de saias
solitário á beira da estrada & especialmente secretos solip-
sismos de mictórios de postos de gasolina & becos da cidade
natal também,

que se apagaram em longos filmes sórdidos, foram transportados

em sonho, acordaram num Manhattan súbito e consegui-
ram voltar com uma impiedosa ressaca de adegas de
Tokay e o horror dos sonhos de ferro da Terceira Aveni-
da & cambalearam até as agências de emprego,

que caminharam a noite toda com os sapatos cheios de sangue

pelo cais coberto por montões de neve, esperando que
se abrisse uma porta no East River dando num quarto
cheio de vapor e ópio,

que criaram grandes dramas suicidas nos penhascos de aparta-

mentos de Hudson à luz de holofote anti-aéreo da lua &
suas cabeças receberão coroa de louro no esquecimento,(...)



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Canção



O peso do mundo
é o amor.
Sob o fardo
da solidão,
sob o fardo
da insatisfação

15.8.03

O CONGRESSO.

A Organização de Psiquiatria Anárquica Internacional e Literatura Corporal , estão em debate já por bons tempos , na escolha do folder do nosso próximo Congresso Secreto a ser realizado na Avenida Paulista , nos fundos do "Opium Sleep Hotel ( ***** ) " , uma casa de muito respeito e tradição familiar .

O panfleto do Congresso está quase pronto e todos estão convidados .

O tema desse ano é " Não perca a cabeça ! "



Tudo será discutido dentro do âmbito da Ciência do Caos , gravatas são requeridas , bem como utensílios de proteção corporal e imolação artística dos Mestres Convidados .

Os anais dos anos anteriores contam com ótimas passagens , úmidas e pregueadas , que só nos identifica como duas organizações de respeito mundial , carinho , amor às baleias e aos próximos .

A peça "Banho Erótico em Israel" , com participação do público será encenada por psicanalistas judias com tendências suicidas .

Ativistas Ecológicos serão servidos na mesa de frios .
Os Pratos Quentes serão servidos pelo chão , nas camas , na grama , nas estátuas de mármore .

As sobremesas serão dedos de poetas que amam POESIA LINDA & AMOROSA , afinal , são doces e pequenos , como manda o bom tom e o bombom .


Quem já participou , sabe que sempre é um prazer .

Beijos .

Dr. Paulo , PHDa .
Meu humor atual - i*Eu

12.8.03

A Grande Arte .

Ela corta . Ela me corta . Meu amor viu meus braços .
Eu expliquei o que aconteceu .
Meu amor lambeu meus braços .
Como nenhuma mulher faria ou já fez .

Ela corta .
Ela corta o que me enche o saco ( e ainda me divirto decepando o resto da cadáver por anos a fio . O cheiro da decomposição me agrada )
Ela corta o texto fraco que sangra água benta de fantasia .
O modelo é exatamente esse .
Demorei para acha-lo .
Você está olhando para ela .
E para meu braço .
E para minha mão .
Extensão .



Eu tenho 30 anos .
Eu tenho um corpo diferente de quando 20 .
Eu a peguei de volta .
Limpei .
Carinho . Amante .
Fui para o salão .
Fiquei na posição .
Horas depois disse para meu amor :
- Eu continuo o mesmo .
Não perdi agilidade . Não perdi foco no alvo .
A lâmina ainda me ama .
Ela é generosa , nobre : apesar de me misturar com RATOS , ainda é capaz de perdoar e ser parte minha .
ATIVA .
Estamos na ativa .

beijos .

Paulo .

7.8.03

Paulo Ajuda os Pobres de Espírito .

Eu bem sei que no atual mundo pós-moderno ,
fica muito difícil o ser humano entrar em contato
com ele mesmo , ficando à mercê dos atentados
culturais mais absurdos :
a) Literatura Barata .
b) Saudosismo por paixões que já eram .
c) Poesia que fala de fadas e mistura de Matrix com Hai-Kai .
d) Visitar o Páginas de Literatura Corporal .
e) Usar orelhas de Spock

Tudo no intuito de conseguir respirar um pouco de ar puro da própria alma
perturbada e apática .
Não !
Livre-se disso .
Eu mantenho-me em constante pesquisa e VIOLÊNCIA BENIGNA
( tipo : "acorda , babaca !" )
DILETANTE & Santa ,
para ajudar esse povo, algumas pessoas até muito queridas em meu coração .
Tentem isso :



Vai ser bacana .
Depois me agradeçam .
Aceito dinheiro vivo ou corpo vivo .
Beijos Cósmicos .
Paulo , no fundo , boa gente .

6.8.03

Só .

Hoje sonhei que estava sendo cheirado e esporrado por uma bicha .
depois eu fazia que ia beijar a libélula
, assegurava que seu pescoço , nuca , estava na minha palma
e empurrava a cabeça para trás , quebrando .
Não bastava .
Chutei a bicha até a morte .
Sangue voava na parede de lata do meu TRAILLER enferrujado ,
voava para a areia do deserto vanilla sky
Não é homofobia .
Mas o cara se masturbou usando meu ursinho predileto de pelúcia
e depois passou porra
na minha camisa de seda vermelha .
Isso não se faz nem em sonho .


" MACHO DOS DOIS LADOS" : duvidam ? leiam no plástico do papel higiênico NEVE .

Segunda Feira chega um míssel no Jornal . Mandei hoje . Explode na segunda .
A arte pós-moderna aprova performances de merda e carne comunista voando nos céus ( junto com sangue de bicha abusada , obviamente ).

Pode não parecer . Mas a vida é divertida pra caralho .

Beijos .

Paulo.

1.8.03

é isso aí .
Uma guerra real .
uma mochila real .
pesadelos reais .
um anjo real que vem lamber minha costela quebrada e as cicatrizes de faca nos meus antebraços : luta . REAL .
Duvidam : Paulo : Megalomaníaco , Sádico , Traidor , Citador Irresponsável , Contista Decadente .
Ok : Mas digam aí : é uma figura bem interessante , não ?
Ainda mais quando apesar de tudo ainda consegue levantar uma estátua de carne e ereção para o amor do anjo ( Nada está perdido nas secreções .)
Gosto de ter um lap top .
ele anda comigo .
e eu CORRO .
Pensem em mim . Mesmo que não queiram .
Beijo as páginas vivas do corpo dela .
P.

Teste.................