Páginas de Literatura Corporal

26.12.05





Nessa época do ano, os lugares não são visitados, ficam abandonados,
mesmo que você convide, implore,
os familiares estão com os cachorros e tias
os putos etão ficando com o rabo em brasa
ou punheteiros gostaram da foto que eu coloquei

os místicos, como eu, ficam em silêncio.

na verdade esse texto não existe.

eu disse para uma pessoa, faz tempo, séculos : o tesão que você sente ao ler minhas coisas tem origem na sua sexualidade, na sua rosa, na sua pica, mas principalmente no que está dentro. Bem dentro. No mais dentro.

o amor é a única coisa que cura.
o desprezo é a única coisa que cura.

são os dois pólos.

por isso esse texto existe e não existe.

não há mais lugar para o ódio.

o amor deve ser exercido por todas as pessoas.

o desprezo, apenas pelos santos.

o sexo úmido é agarrado na noite de natal e ficará seco até 23:59 do dia 31/12, então uma enxurrada aparecerá inundando nações hipócritas e os perus.

a champagne está na geladeira mas me é proibida : pequenos exercícios estóicos.

o caralho, diz a criança sábia, fica alto com a natureza e grosso com o viagra.

árvores coloridas por testículos de palhaços deprimidos.

o riso é o que deve ser usado diante das mulheres que existem apenas na necessidade absoluta de se impor sob o Sol intelectual e histérico.

a gargalhada é o que deve ser usado diante dos homens que existem apenas na necessidade de se importar de outros ideais e jogos amorosos.

trepar é antes de tudo, respiração.

trepar é antes de tudo, fugir da festa.

surpresas são presentes peludos & perfumados & móveis : penetráveis.

FILHO DE XANGÔ.
CRENTE EM DEUS.
ABENÇOADO PELA ESPIRITUALIDADE.
ESSE SOU EU.

( eu não existo [antes {do Gozo}] )

PC.

10.12.05

Entrevista com Dr. Paulo Castro.




Entrevista dada ao Jornal "LUZ VIOLETA" EM 10/12/2005, fim de tarde quente, nublado, na casa de campo do médico, psicanalista, psiquiatra, escritor, filósofo, sexológo, teosofista, médium, pai de família, poeta, maldito, vagabundo, inimigo e monarco-anarquista, Paulo Castro.

LV : - Como você se definiria meu amor ?
PC : - Um filho bastardo de Fausto Fawcett
LV : - Não seria uma contradição ? Seu gosto musical é um caos, ou isso é boato ?
PC : - Não é boato.
LV : - Como foi iniciado na literatura ?
PC : - Por um professor que me chamava de QUERIDÃO e me levava sob ação de drogas psicotrópicas pra casa dele. A gente tomava batida de morango e escrevia poemas de cunho gay. Dessa turma, me lembro bem de Guimarães Rosa, Olavo Bilac, Sidartha Gautama , Saint-Germain, e o Jaques Lacan. Éramos uma nova geração beat.
LV : - E a literatura nética ?
PC : - Eu escrevia contos de vampiro, de um semi-vampiro, que tinha barato bebendo água benta.
LV : - Não sejamos ridículos !
PC : - Foi o que pensei. Exatamente.
LV : - Quem são seus ídolos no mundo literário ?
PC : (risos) - Ah, são tantos ! Sabe, eu leio muito, desde de pequeno, tudo que me cai na mão, desde bula de remédio até James Joyce...
LV : Senso-comum ?
PC : Eu escrevo crônicas, sabe como é...
LV : Essa sua nova conversão ao misticismo ?
PC : Percebi que estava em contato com algo maior quando adoeci do coração. Como todos sabem, estou com insuficiência cardíaca grave. Senti que a religião não existe, é uma mentira. A verdade não está fora de você. Está dentro. Agradeço ao enfermeiro JOSIAS, o LONGO, do Hospital do Coração de Campinas.
LV : Por quê sumiram os travessões ?
PC : A senhorita ainda não viu nada.
LV : E a experiência teatral ?
PC : Um sucesso internacional. A peça "Red Shoes" me levou até os confins lusitanos, onde fui tratado como rei, como deus, como Paulo Castro. Todos por aqui ficaram com inveja filha da puta. Obrigado por essa pergunta.
LV : O que acha dos blogs de literatura ?
PC : Gosto de vários, deixo comentários bem humorados, mas quanto mais famoso é o escritor, menos atenção ele dá ao leitor. Mesmo que seja um bosta. O blog é outra maneira de ser vaidoso. Os clubinhos literários continuam a existir de maneira vitual-patética.
LV : Falou sério agora !
PC : Nem tanto.
LV : E o ORKUT ?
PC : Uma maneira de estar no mundo. DAISEN. Cyber-Sartre.
LV : O que dizer pra quem está querendo começar ?
PC : Começar o que, porra ?
LV : Sei lá. Tá na pauta...
PC : Ok. Siga a sua lenda pessoal.
LV : Por falar nisso, o que causou seu afastamento do blog "Litertura Corporal" ? Ele estava nas moscas !
PC : Estive viajando pelo interior de São Paulo, como já fez um dia Jack Kerouac.
LV : E a medicina ?
PC : Está muito evoluída e em breve teremos tratamentos para doenças sérias, essa é minha opinião pessoal como médico, paciente e poeta.
LV : Como foi o seu CHAT na UOL, seus leitores reagiram bem ?
PC : A maioria não me conhecia. Perguntaram se eu publicava com intuito de ajudar as pessoas. Eu disse que não. Ficaram bravos. Eu fiquei bravo. O pau comeu. O moderador interviu. Nunca se dei bem com moderadores.Nunca cê dei bem com eles. As conexões nacionais com o serviço UOL sofreram explosões e perdas humanas. Foi divertido. Sei lá. O artista tem que ir onde o seu karma está.
LV : E o povo ?
PC : Hoje eu entrei numa comunidade "Homofobia-não dá!". Já basta de minorias, não ?
LV : "Literatura Corporal" é a melhor Comunidade do ORKUT ?
PC : Sim. Sem sombra de dúvida.
LV : É fácil fazer parte ? Paga ?
PC : Imagine, senhor ! É só ir em "Comunidades", pesquisar e se associar.
LV : O suco de clorofila melhorou sua perfomance sexual ?
PC : Em nada.
LV : Projetos para o futuro ?
PC :(risos) Ah, são muitos...mas na hora certa todos vão saber !
LV : Já entrevistei alguém que me deu a mesma resposta...
PC : Almas Gêmeas. E Safadas. Criminosas. Manipuladoras.
LV : E a psicanálise ?
PC : Adoro. Recomendo. Agora é sério. Sem brincadeira de autor que quer ser engraçadinho em seu site pessoal. Esses caras são um saco. A Psicanálise se coloca contra a banalização da subjetividade imposta pela psiquiatria biológica. Só não cura nêgo engraçadinho em site de literatura.
LV : Método de escrita ?
PC : Associação livre com retoques e bordados posteriores.
LV : Por quê "Incomodado de Nascença" é o título da sua coluna no jornal ?
PC : Menina, sabe que eu mesmo não sei. Foi improviso. Como a vida. Como o destino. Só sei que amo essa coisa da coluna. É quando sinto que o teclado é um piano louco e que o público é diferente em si, brilhante, inteligente, burro, silencioso, honesto, bombástico, kantiano !
LV : Fica mesmo emocionado, não ?
PC : Fico. Embargado.
LV : Nunca dá pra saber quando você está falando sério e quando não, isso é uma merda do ponto de vista jornalístico e da sua fama...
PC : Pois é. A minha primeira namorada já me disse isso. O cinismo é uma forma de auto-afirmação, que aliás estou superando com o uso dos Florais de Bach...
LV : Fala sério, Paulão !
PC : Caralho. Tô falando. Tô sentindo a espiritualidade toda noite, quando deito de barriga pra cima, esquenta na altura do umbigo e vem a paz que dilata a alegria.
LV : ...
PC : ...
LV : ...
PC : ...
LV : Como está sendo ficar sem o cigarro e a bebida ?
PC : ...
LV : Situação política do país ? Governo Lula ?
PC : ...
LV : ...
PC : Café ?
LV : Chá Verde.
PC : ô, Francinete !!!!!!!

( acaba assim mesmo e daí ? )